Me recolho, choro sozinha, no banho, tento esconder o que sinto.
E escrevo.
Mas ontem nem isso consegui.
Desde sexta tenho sentido muito o vazio, a sensação de estar sozinha. Um aperto no peito, lembrança de que no ano passado tinha mil confusões e sentimentos nesse período. A iminência de que não teria mais sua presença, mas ao mesmo tempo o desejo de que você não sofresse mais. Contraditórios sentimentos que me faziam orar para que o melhor para você acontecesse. E foi com essa certeza que eu me despedi de você naquela sexta 13 de novembro.
Mal sabia naquele dia o que sentiria hoje, passados um ano da sua ausência.
Muita coisa mudou, eu mudei. Não sei se pra melhor, nunca saberei. Mas a verdade absoluta é que hoje sinto-me muito sozinha em meio a um mundo de pessoas. Você era meu chão, meu centro, minhas certezas de que mesmo com tudo ruindo, tínhamos uma a outra, mãe.
Hoje não tenho você, não tenho ninguém.
Ninguém pra rir comigo, pra chorar comigo, pra vibrar com minhas vitórias, pra me segurar em minhas derrotas e, mais importante de tudo, pra me fazer ver o caminho certo a seguir.
Tenho que escolher, decidir, vibrar, sorrir e chorar sozinha.
Ah, como sinto sua falta. Ainda posso sentir a sua presença e sua força. Sei que nunca vai me abandonar mas mesmo assim dói.
Tô crescendo na marra e à força. Mas to sem chão, mãezinha.
Tenho esperança que tudo isso mude, mas no momento não dá.
Não sei como ser e como estar. Só queria ter você aqui ainda.
Sinto tua falta. Dói e eu não consigo chorar.
"My heart is drenched in wine
But You'll be on my mind
Forever..."