quarta-feira, abril 24, 2013

Sobre a falta de comunicação ou o excesso dela.


As pessoas não se comunicam mais como antigamente.
Você deve achar que eu estou falando uma barbaridade, afinal todos se comunicam o tempo todo seja por celular, email, facebook. Mas a comunicação a que me refiro é a comunicação real e física, olho no olho, essa comunicação está se perdendo em meio a tanta tecnologia.
Outro dia andando no calçadão fiquei observando as pessoas a minha volta e me assustei com o fato de ninguém falar com ninguém. Todos estavam falando sim, mas ao celular com alguém que não estava ali. Vi pessoas caminhando lado a lado e conversando com outras via telefone ou olhando para a tela do celular e rindo sozinhas. Será que vamos virar zumbis virtuais? Será que vamos andar ao lado de pessoas e conversar com outras que nem estão ali? Será que essa é a nova tendência.
Questiono isso porque eu também sempre me pego em meio a um bate papo com amigos olhando para a tela do celular querendo conversar com quem não está ali. E o contato real com as pessoas onde vai parar? Será que vai deixar de existir? Será que vamos nos comunicar somente via aparelhos eletrônicos?
Aquele dia andando no calçadão fiquei triste ao ver pessoas andando e falando sozinhas. Senti que o mundo não dá mais valor às coisas que realmente importam e é triste verificar que vamos caminhando para o isolamento, para o estar no meio de um milhão de pessoas e ao mesmo tempo em nossos mundos particulares.
De muitas pessoas que passaram por mim devo ter visto umas três sem falar ao telefone. Eu acho isso tão assustador! Casais de mãos dadas e cada um com o seu aparelho no ouvido ou mandando mensagens. Mães carregando os filhos pelas mãos e apertando freneticamente seus smartphones.
Será que estamos perdendo o jeito com as pessoas reais? Será que vamos nos comunicar somente via aparelhos que pedem nossa atenção a cada cinco minutos com um barulho diferente?
Estamos alimentando esse monstro cada vez mais e há de chegar o dia em que não vamos mais controlá-lo. De certa forma já estamos sendo controlados por toda essa tecnologia. Resta-nos saber se vamos conseguir acordar para o contato real entre as pessoas a tempo de não nos perdermos e nos isolarmos num mundo virtual e tecnológico.

segunda-feira, março 18, 2013

Das conversas, cheiros e barulhos...

Eu gosto muito de observar as pessoas, seja na rua, no salão de beleza, no supermercado, no ônibus, no trânsito. Acho que são tantas particularidades e o ser humano é tão interessante que me fascina.
Morar em prédio tem lá suas facilidades pela segurança e coisas do tipo. Mas também tem inconvenientes. Um deles é escutar os vizinhos. Mesmo que você não queira acaba participando de brigas, sente cheiro de comidas, conversas, etc. Tenho vizinhos muito interessantes nesse nível, nunca os vi pessoalmente (sabe aquela lenda de que curitibano não fala com estranhos? Pois então, não é lenda!!), mas participo de certa forma de suas vidas através de sons, cheiros e situações que ouço do meu apartamento.
Outro dia houve uma briga feia de um dos vizinhos com a mulher (ou namorada, sei lá) sobre o Facebook. É isso mesmo, a briga foi por causa do Facebook! E foi tão feia que eu estava vendo um filme bem alto na tv e escutava tudo o que gritavam. O centro da discussão foi porque o cidadão adicionou a fulana no face e parece que se comunicou por mensagem com ela! A namorada descobriu e estava nos cascos mandando que ele a bloqueasse!
É interessante a mudança de paradigmas hoje em dia, fiquei pensando nas brigas da atualidade. Antigamente brigava-se porque o cara olhou para a garota na rua ou no bar. Hoje a briga é porque ele adicionou alguém à sua lista de amigos numa rede social na internet.
Outros vizinhos tem conversas gigantes sobre o dia enquanto estão no banho (sim, do meu banheiro eu ouço em alto e bom tom tudo o que eles falam do banheiro deles... humpf). Fico aqui imaginando o casal chegando em casa depois de mais um dia de trabalho ou faculdade e colocando o papo em dia enquanto tomam banho e escovam os dentes. E isso é rotina pra eles: todos os dias eles seguem fazendo o mesmo ritual: Lá pelas 23h um entra no banho e o outro fica no banheiro conversando e contando o dia. É a rotina do casal.
Outro vizinho faz umas comidas muito cheirosas, justamente nos horários mais impróprios ou quando eu não tenho nada na geladeira. Já senti cheiro de carne de panela, feijão, pudim de leite. Pelo cheiro dá pra sentir que ele(ela) manda super bem na cozinha!
O mais divertido é tentar imaginar as situações sem conhecer as pessoas. Fico criando histórias e roteiros na minha cabeça sobre esses vizinhos invisíveis que eu conheço pelos barulhos e cheiros. Pode ser que já tenhamos nos encontrado no elevador ou na portaria e nem me dei conta de que eram eles, porque ainda não consegui colocar um rosto nos barulhos. Mas na minha imaginação eles vivem reais suas vidas, rotinas, seus barulhos e situações. Assim como eles devem ouvir meus barulhos e os do Francisco e imaginar como é a vida dentro do meu apartamento.
O mais interessante é que dividimos o mesmo espaço no mundo e nem sequer nos conhecemos.

quarta-feira, março 13, 2013

Sobre a leveza de ser diferente...

Gosto da tua companhia, 
de conversar contigo, 
de ficar em silêncio junto.
De passear de mão dada, 

entrar em loja de utilidades só pra ver o que tem.
De não ter que fazer "tipo" e poder sentar na calçada.
De dividir o sorvete e o bolo.

Dos cafés... quentes, gelados, amargos;
com creme, doces e com chocolate.
Dos rolês de moto pela cidade atrás de um restaurante.
De fugir da chuva dando gargalhada.
Da banda mais bonita embalando o início de uma aventura fantástica.
De falar, falar, falar e saber que o outro está ouvindo e prestando atenção (ou não!).
Das joaninhas que teimam em passear junto.
Dos parques, histórias ao pé das árvores, deitados na grama ou olhando a cachoeira ao fundo.
De colocar os pés nas tuas pernas enquanto você olha distraído o teu perfil no facebook.
De poder dormir no chat e não se incomodar do outro não ter dado boa noite.
De conseguir a foto perfeita, da hora perfeita, no momento mágico.
Das músicas no meio do dia.

De encontrar bilhetinhos em post-its grudados na tela do computador ou do mural.
Dos torpedos de bom dia.
De rir com as diferenças de gostos 
e não se importar do outro gostar de Teatro Mágico (quem gosta disso?) :P 
De ser parecido e ao mesmo tempo muuuuito diferente.

Da leveza de poder ser diferente!







terça-feira, março 12, 2013

Pesadelos e tempestades...


Ela teve pesadelos. Muitos, entrecortados, reais, durante toda a noite.

Sentiu como se estivesse vivendo aquilo tudo de tão real e pode até sentir o cheiro presente na cena.
Entre discussões diversas com o ex e os gritos assustados de alguém querendo assaltá-la. Essa última situação foi tão intensa e real que ela pode sentir o medo, o frio na barriga, a sensação de desespero e de não saber o que fazer, o cheiro da pessoa gritando a sua frente. Sentiu também o alívio quando no momento mais tenso alguém vem em seu socorro, um alguém sem rosto, sem voz, alguém que ela não reconhece mas que a salva de tudo isso. Ela sentiu a proteção e a força daquela pessoa (ou seria alguém não físico?) quando mais precisava. Essa pessoa falou palavras que ela não lembra, a pegou pela mão e a tirou dali daquela situação assustadora.

E aí toda a cena mudou de tom, no ar agora ela sentia o cheiro de flores e de fim de tarde. Também a cor do céu passou rápido de um cinza tempestuoso para um por-do-sol vermelho e amarelo, como só os dias bons podem ter.

Se foi um anjo ou alguém real? Ela não sabe, mas sentiu-se totalmente protegida.

Ela sabia que sonhos assim podem ser catárticos, nos libertam de sentimentos ruins da vida real. Mas sempre pensa o que tem que aprender com todas as situações que passa, desde sonhos poéticos a pesadelos como o que teve.

Acordou e não lembrava mais de nada, só sentia no corpo um cansaço de quem viveu algo muito intenso. Suas costas doíam como se tivesse carregado o mundo inteiro. É essa a sensação que ela anda sentindo constantemente, de carregar o mundo inteiro sozinha.

Vai ver o pesadelo foi para libertá-la dessas coisas ruins. Vai ver precisava dizer coisas e o pesadelo serviu para colocar tudo pra fora, vomitar verdades. Vai ver esse anjo protetor é ela própria se protegendo do mundo e das coisas ruins.



segunda-feira, março 04, 2013

Sensações.

Tua respiração na minha nuca, a barba percorrendo a pele enquanto as mãos descobrem as curvas das minhas costas.
E reconhecem meus cantos.
O tempo para por instantes, segundos, minutos, horas...
De repente estamos em outra dimensão onde só existem dois corpos, almas e corações.
Segundo mágico da vida que absorvemos com o coração.

Se o segundo vai durar? Só o tempo dirá.
O importante não é o amanhã mas viver o agora.

E por hora é olho no olho e a vida passando leve.

domingo, janeiro 20, 2013

Solidão amiga do peito!

As pessoas dão um peso para a palavra solidão. É sempre como se fosse algo muito pesado, difícil e triste.
Mas, sinceramente, acho que o sentido pode ser outro, dependendo da maneira como você encara esse momento. Você pode estar no meio de cem pessoas e sentir-se completamente só e estar sozinha e completa. Depende de como você vai encarar a situação, do momento que está vivendo, de como está.
Eu posso afirmar que ando gostando cada vez mais da "minha solidão" (assim mesmo entre aspas). Estar sozinha em casa pra mim é um luxo e eu curto cada segundo dele sem dor, sem sofrer, fazendo o que me dá prazer.
Só na solidão podem surgir aqueles momentos únicos em que você pode colocar uma música no último volume e sabe que não vai incomodar ninguém (a não ser os vizinhos, mas eles que se fodam! haha). Ou almoçar quando tiver afim, comer besteira na frente da tv vendo um programa trash, se lambuzar com danetes, chocolates e afins sem culpa nenhuma. Pode-se ver o que quiser na tv, pois o controle é todo seu e você não tem que dividir. Quer coisa melhor que isso?
Eu adoro a solidão. Adoro ficar só com meus pensamentos, encontrar-me, perder-me, fazer o que bem entendo. Solidão não é um estado ruim, a não ser que você queira que seja.

E tem aquela velha máxima: "Antes só do que mal acompanhada!". Nada mais verdadeiro e real do que isso.
Néam?

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