quarta-feira, outubro 12, 2011

Então a noite chega...



Então a noite chega...
E com ela também o silêncio.
Não tenho mais o som da tv, não ouço mais os familiares gritinhos e as brincadeiras.
Os barulhos são outros, fracos, um ou outro zumbido de vento, um carro que passa na rua, o vai e vem das ondas do mar quebrando na beira da calçada, os bichos noturnos.
E na maioria das vezes o que eu ouço é o silêncio.
Silêncio inquieto, angustiante, assustador.
Silêncio da respiração, silêncio da alma.
O apartamento vazio me deprime, quase sempre.
Tenho vontade de acender todas as luzes e colocar uma música bem alta. Não faço, claro.
Ouço passos do apartamento de cima. Há vida pulsando em outros andares, eu sei. Mas aqui tá tudo parado. Em silêncio.

E a noite chega de mansinho e toma conta.
Dá vontade de fugir, de me esconder.
Mas não há pra onde fugir, muito menos do que.
Eu fujo de mim, eu fujo do mundo.

Não há nada. Há somente o silêncio.
Apago as luzes, desconecto-me de tudo.
Faço do silêncio meu aliado.

E me entrego à noite vazia esperando que o dia chegue rápido.

4 comentários:

Panda Lemon disse...

Amores enchem e esvasiam a vida da gente. Amores alegram e entristecem a alma da gente. Amores vêm e vão e os que ficam, ficam pra sempre. Satisfazem e nos revoltam e chega uma hora em que tudo se evapora e a gente nem sente.

Alessandra Pilar disse...

É, petit... durante a noite sentimos intensamente cada coisa que nos acontece. Em umas mais do que em outras. Adorei o que escreveu.
saudades de conversar contigo.
bjooo amada.

Tiago Gigli disse...

O dia nos distrai. É na noite que podemos degustar a nossa própria existência. E aprender a saborear o amargo e o doce, sem certos e errados, apenas apreciando cada um dos sabores, é o que torna a experiência de viver mais rica.

Alessandra Pilar disse...

É por isso que eu gosto mais da noite, Tiago!
Obrigada por comentar! Venha sempre que quiser!
bj

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