Dia de Temporal na "terra dos pinheiros". E temporal no melhor sentido da palavra. Com raios, trovões, vento e tudo o mais... inclusive a bendita falta da energia elétrica. Ficamos ilhados na escuridão.
Sabe aquele trecho da música do Renato Russo: "teve torcida gritando quando a luz voltou..."?
Eu tava pensando exatamente sobre isso ontem quando em meio a uma vontade enorme de escrever... puf... lá se foi a energia elétrica. E pra piorar o notebook ficou sem bateria. Que remédio! Voltei ao tempo dos nossos avós e resolvi o problema da escuridão com um trilhão de velas...
Mas é incrível como a gente nem nota a falta da energia quando a temos, mas é só ela faltar pra dar vontade de fazer um monte de coisas. Primeiro, pensei em tomar um banho quente (impossível já que meu chuveiro é elétrico). Ah! Já sei... vou estudar um pouco de teclado pra minha aula de sexta... sem chance. Tentei ler, mas a minha miopia me atrapalhou totalmente e não consegui passar da segunda página. Ai, que raiva! Parece que todas as idéias precisam de energia elétrica.
Eu não sei vocês, mas fico sem rumo sem energia na cidade. Tudo o que queremos fazer, precisa da dita cuja. E pra piorar o tempo não deu trégua. Foi um temporal feio. Chuva pra dar e vender.
Mas o engraçado é que sempre tem torcida quando ela volta mesmo! É aquele griteiro e a gente corre pra apagar todas as luzes da casa que foi acendendo na vã esperança de ela já ter voltado.
E parece que finalmente as coisas entram nos eixos e tudo volta ao normal. Como somos dependentes dessas facilidades da vida atual né? É só nos faltar o mínimo que nossa vida parece que perde o rumo. Que coisa interessante.
E hoje o temporal continua... vamos torcer pra que a luz não falte exatamente no momento de terminar esse post...
.:é isso:.
quinta-feira, abril 26, 2007
segunda-feira, abril 23, 2007
.:Saudade:.
Hoje vou me recolher ao meu mundo.
Ficarei aqui, comigo mesma.
Dentro de mim, onde é seguro!
Vamos recuperar o tempo perdido.
Vamos esquecer do mundo e deixar o tempo passar.
Deitar no teu peito e descansar.
Hoje eu preciso de você comigo.
Quero teu colo, quero tua companhia.
Ficar em silêncio olhando o horizonte.
E no silêncio dizer tudo.
Sentir tudo.
A saudade tá apertando.
Que bom que você estará aqui.
Que bom que mais uma vez estaremos juntos.
Pequenos momentos de alegria profunda.
Estou precisando deste momento.
.:é isso:.
Ficarei aqui, comigo mesma.
Dentro de mim, onde é seguro!
Vamos recuperar o tempo perdido.
Vamos esquecer do mundo e deixar o tempo passar.
Deitar no teu peito e descansar.
Hoje eu preciso de você comigo.
Quero teu colo, quero tua companhia.
Ficar em silêncio olhando o horizonte.
E no silêncio dizer tudo.
Sentir tudo.
A saudade tá apertando.
Que bom que você estará aqui.
Que bom que mais uma vez estaremos juntos.
Pequenos momentos de alegria profunda.
Estou precisando deste momento.
.:é isso:.
domingo, abril 22, 2007
.:E vamos de Hilda novamente:.
De novo ela, sarcástica ao extremo. Vamos novamente de Hilda Hilst. Tenho que transcrever a crônica que acabei de ler. Improvável, impagável, impossível. Magnífica.
CRONISTA: FILHO DE CRONOS COM ISHTAR
Uma das coisas que eu mais admiro em alguém é o humor. Nada a ver com a boçalidade. Alguns me pedem crônicas sérias. Gente... o que fui de séria nos meus textos nestes quarenta e três anos de escritora! Tão séria que o meu querido amigo, jornalista e crítico, José Castello, escreveu que eu provoco a fuga insana, isto é, o cara começa a me ler e sai correndo pro funil do infinito. Tão séria que provoco o pânico. E nestas crônicas o que eu menos desejo é provocar o pânico... Já pensaram, a cada segunda-feira, os leitores atirando o jornal pelos ares e ensandecendo? Já pensaram o que é isso de falar a sério e dizer por exemplo: que é isso, meu chapa, nós vamos todos morrer e apodrecer (ainda bem que não é apodrecer e depois morrer, o lá de cima foi bonzinho nesse pedaço), tu não é ninguém, meu chapa, tudo é transitório, a casa que cê pensa que é sua vai ser logo mais de alguém, tu é hóspede do tempo, negão, já pensou como vai ser o não-ser? Tá chateado por quê? Tu também vai envelhecer; ficar gling-glang e morrer... (há belas exceções, como o Bertrand Russell fazendo comício aos noventa, mas tu não é o Bertrand Russell). Até o Sartre, gente, inteligentíssimo, ficou na velhice se mijando nas calças e fazendo papelão... Se todo mundo pensasse seriamente no absurdo que é tudo isso de ser feito de carne, mas também olhar as estrelas, de ter um rosto, mas também ter aquele buraco fétido, se todo mundo tivesse o hábito de pensar, haveria mais piedade, mais solidariedade, mais compaixão e amor.
Mas quem é que vocês conhecem que pensa? As mães que nos colocaram no planeta pensaram? Claro que não. Na hora de revirar os óinho ninguém pensa. Só seria justificável parir se o teu pimpolho fosse imortal e vivesse à mão direita Daquele. Mas o teu pimpolho também vai morrer e apodrecer não sem antes passar por todos os horrores do planeta. Tá jogando fora o jornal, benzinho? Então vamos brincar de inventar uma nova semântica:
SEMÂNTICA: Antologia do sêmen
SOLIPSISMO: Psiquismo solitário
HIPÉRBOLE: Bola grande
XENOFOBIA: Fobia de Xenos
LIGADURA: Liga das Senhoras Católicas
ÂNULO: Filete colocado por sob o bocel da cornija do capitel dórico
BOCEL: Corruptela de boçal
ÂNUS: Pronúncia errada de anus (aves da família dos cuculídeos)
KU: Lua em finlandês
COU (pronuncia-se cu): Pescoço em francês
HIPOCAMPO: Campo de hipismo
PROCLAMAS: Alvoroço de amas
MISANTROPIA: Entropia de Méson Mi
DEMOCRACIA: Poder do demo (amei essa)
PARADOXO: Oxiúros em estado de repouso (parado)
REPÚBLICA: Ré muito manjada
Bom dia, leitor! Tá contente?
CONTENTE: Filho do ente de Heidegger (informe-se) com Cohn-Bendit (informe-se)
CRONISTA: FILHO DE CRONOS COM ISHTAR
Uma das coisas que eu mais admiro em alguém é o humor. Nada a ver com a boçalidade. Alguns me pedem crônicas sérias. Gente... o que fui de séria nos meus textos nestes quarenta e três anos de escritora! Tão séria que o meu querido amigo, jornalista e crítico, José Castello, escreveu que eu provoco a fuga insana, isto é, o cara começa a me ler e sai correndo pro funil do infinito. Tão séria que provoco o pânico. E nestas crônicas o que eu menos desejo é provocar o pânico... Já pensaram, a cada segunda-feira, os leitores atirando o jornal pelos ares e ensandecendo? Já pensaram o que é isso de falar a sério e dizer por exemplo: que é isso, meu chapa, nós vamos todos morrer e apodrecer (ainda bem que não é apodrecer e depois morrer, o lá de cima foi bonzinho nesse pedaço), tu não é ninguém, meu chapa, tudo é transitório, a casa que cê pensa que é sua vai ser logo mais de alguém, tu é hóspede do tempo, negão, já pensou como vai ser o não-ser? Tá chateado por quê? Tu também vai envelhecer; ficar gling-glang e morrer... (há belas exceções, como o Bertrand Russell fazendo comício aos noventa, mas tu não é o Bertrand Russell). Até o Sartre, gente, inteligentíssimo, ficou na velhice se mijando nas calças e fazendo papelão... Se todo mundo pensasse seriamente no absurdo que é tudo isso de ser feito de carne, mas também olhar as estrelas, de ter um rosto, mas também ter aquele buraco fétido, se todo mundo tivesse o hábito de pensar, haveria mais piedade, mais solidariedade, mais compaixão e amor.
Mas quem é que vocês conhecem que pensa? As mães que nos colocaram no planeta pensaram? Claro que não. Na hora de revirar os óinho ninguém pensa. Só seria justificável parir se o teu pimpolho fosse imortal e vivesse à mão direita Daquele. Mas o teu pimpolho também vai morrer e apodrecer não sem antes passar por todos os horrores do planeta. Tá jogando fora o jornal, benzinho? Então vamos brincar de inventar uma nova semântica:
SEMÂNTICA: Antologia do sêmen
SOLIPSISMO: Psiquismo solitário
HIPÉRBOLE: Bola grande
XENOFOBIA: Fobia de Xenos
LIGADURA: Liga das Senhoras Católicas
ÂNULO: Filete colocado por sob o bocel da cornija do capitel dórico
BOCEL: Corruptela de boçal
ÂNUS: Pronúncia errada de anus (aves da família dos cuculídeos)
KU: Lua em finlandês
COU (pronuncia-se cu): Pescoço em francês
HIPOCAMPO: Campo de hipismo
PROCLAMAS: Alvoroço de amas
MISANTROPIA: Entropia de Méson Mi
DEMOCRACIA: Poder do demo (amei essa)
PARADOXO: Oxiúros em estado de repouso (parado)
REPÚBLICA: Ré muito manjada
Bom dia, leitor! Tá contente?
CONTENTE: Filho do ente de Heidegger (informe-se) com Cohn-Bendit (informe-se)
Hilda Hilst (domingo, 13 de setembro de 1993)
Que acha de inventarmos outros? Mandem sugestões!!!
.:é isso:.
Que acha de inventarmos outros? Mandem sugestões!!!
.:é isso:.
sexta-feira, abril 20, 2007
.:Cara Nova:.
Opa, acho que entrei no blog errado! Cadê o "Achados"?
Não, você não se enganou. Esse é o Achados e Perdidos sim, mas de cara nova!
Resolvi mudar um pouco o visual, tava tudo muito preto, muito down!
E como a gente tende a seguir as mesmas regras, então preferi alegrar um pouco mais esse espaço. Pra alegrar o meu espaço interno também.
Espero que gostem da nova cara do blog. Eu gostei!!!
.:É isso:.
Não, você não se enganou. Esse é o Achados e Perdidos sim, mas de cara nova!
Resolvi mudar um pouco o visual, tava tudo muito preto, muito down!
E como a gente tende a seguir as mesmas regras, então preferi alegrar um pouco mais esse espaço. Pra alegrar o meu espaço interno também.
Espero que gostem da nova cara do blog. Eu gostei!!!
.:É isso:.
.:Última Flor do Lácio, inculta e bela:.
Andei pela rede lendo e relendo coisas, textos, poemas, crônicas, blogs, matérias jornalísticas, e o que se nota é que estamos mal do Português. O que tem de erros básicos de gramática e de grafia das palavras. E outros erros assustadores.
As pessoas estão lendo menos e cada vez escrevendo mais errado. É de assustar alguns textos que a gente encontra feito por profissionais sem a mínima preocupação com a gramática. Está certo que nossa língua é bem difícil, está certo que acertar a concordância em todas as frases é uma missão para phd's (nem tanto, nem tanto!), mas também não vamos exagerar. E depois, se você trabalha na área no mínimo tem que ter bom senso e aprender a usar o dicionário ou pelo menos passar um corretor ortográfico para corrigir o texto. Sabia que tem gente que nem ao menos sabe usar um dicionário? Será que existe "dicionáriofobia" (hehehe... não existe, eu olhei no dicionário).
Vejo coisas que me espantam. Como podemos sonhar em progredir e nos tornar de primeiro mundo se começamos mal? Um povo para evoluir tem que saber se comunicar e isto não acontece no Brasil. Fico indignada com todo esse descaso com a educação do povo brasileiro. Não sabemos falar, muito menos escrever, nossas crianças não lêem. Como poderemos evoluir se não damos uma base para nossas crianças? Se as escolas estão jogadas às traças e os professores são uma classe inferior? Eu sei que o tema é velho e já está batido. Mas nem tanto, já que muito pouco mudou nesses últimos anos.
Na Era da Tecnologia as pessoas não sabem mais escrever, afinal elas digitam (e muito mal, por sinal). O assassinato da língua começa por aí, escrevem naum ao invés de não, ixkeci, fika assim naum, v6s tão baum? (ai dá até uma gastura). Falar e escrever errado é "bunitinho", tem "xarme", é "da ora". Detesto esses modismos. Nunca mais eu vi uma letra maiúscula no começo da frase. Pontuação? Isso existe? Pra que serve?
Sem falar nos famosos GERÚNDIOS, como irritam. É só você ligar pra algum serviço de informação que a pessoa do outro lado da linha já começa: Pois não, em que poderíamos estar ajudando você? Vamos estar entrando em contato para maiores informações. Você pode estar perguntando para nossas lindas atendentes sobre a sua dúvida.
Será que as pessoas vão estar começando a falar assim daqui pra frente? (Cruz-credo, isso pega!)
Olavo (o Bilac, sabe né?) já sabia disso quando escreveu o poema. Mas será que ele tinha idéia de que ia ser tão ruim? Será que ele imaginava que com toda essa informação disponível para todos, com toda a tecnologia que temos ao alcance das mãos estaríamos no ponto em que estamos? Acho que não. É de assustar. Será que estamos regredindo e um dia nos comunicaremos por sinais gravados em pedra? Será que voltaremos à Era das Cavernas?
É, estou sem perspectivas, sem confiança num futuro menos burro.
Que eu esteja errada!
Enquanto isso, ficamos com o Bilac:
As pessoas estão lendo menos e cada vez escrevendo mais errado. É de assustar alguns textos que a gente encontra feito por profissionais sem a mínima preocupação com a gramática. Está certo que nossa língua é bem difícil, está certo que acertar a concordância em todas as frases é uma missão para phd's (nem tanto, nem tanto!), mas também não vamos exagerar. E depois, se você trabalha na área no mínimo tem que ter bom senso e aprender a usar o dicionário ou pelo menos passar um corretor ortográfico para corrigir o texto. Sabia que tem gente que nem ao menos sabe usar um dicionário? Será que existe "dicionáriofobia" (hehehe... não existe, eu olhei no dicionário).
Vejo coisas que me espantam. Como podemos sonhar em progredir e nos tornar de primeiro mundo se começamos mal? Um povo para evoluir tem que saber se comunicar e isto não acontece no Brasil. Fico indignada com todo esse descaso com a educação do povo brasileiro. Não sabemos falar, muito menos escrever, nossas crianças não lêem. Como poderemos evoluir se não damos uma base para nossas crianças? Se as escolas estão jogadas às traças e os professores são uma classe inferior? Eu sei que o tema é velho e já está batido. Mas nem tanto, já que muito pouco mudou nesses últimos anos.
Na Era da Tecnologia as pessoas não sabem mais escrever, afinal elas digitam (e muito mal, por sinal). O assassinato da língua começa por aí, escrevem naum ao invés de não, ixkeci, fika assim naum, v6s tão baum? (ai dá até uma gastura). Falar e escrever errado é "bunitinho", tem "xarme", é "da ora". Detesto esses modismos. Nunca mais eu vi uma letra maiúscula no começo da frase. Pontuação? Isso existe? Pra que serve?
Sem falar nos famosos GERÚNDIOS, como irritam. É só você ligar pra algum serviço de informação que a pessoa do outro lado da linha já começa: Pois não, em que poderíamos estar ajudando você? Vamos estar entrando em contato para maiores informações. Você pode estar perguntando para nossas lindas atendentes sobre a sua dúvida.
Será que as pessoas vão estar começando a falar assim daqui pra frente? (Cruz-credo, isso pega!)
Olavo (o Bilac, sabe né?) já sabia disso quando escreveu o poema. Mas será que ele tinha idéia de que ia ser tão ruim? Será que ele imaginava que com toda essa informação disponível para todos, com toda a tecnologia que temos ao alcance das mãos estaríamos no ponto em que estamos? Acho que não. É de assustar. Será que estamos regredindo e um dia nos comunicaremos por sinais gravados em pedra? Será que voltaremos à Era das Cavernas?
É, estou sem perspectivas, sem confiança num futuro menos burro.
Que eu esteja errada!
Enquanto isso, ficamos com o Bilac:
"LÍNGUA PORTUGUESA"
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac (1865 - 1918)
QUER UM DICIONÁRIO?
.:É isso:.
quarta-feira, abril 18, 2007
.:Inverno à vista!!! Preparem seus casacos!:.
Oba!!! Finalmente ele está chegando! A estação mais charmosa do ano na minha opinião!
Cá pras bandas do Sul do Brasil, tava até de estranhar... nenhuma geada tinha dado o ar da graça, nenhuma frente fria vinda da Argentina (porque nossos hermanos são generosos em duas coisas conosco: frente fria e vinho de Mendonza). Mas hoje acordei com a sensação que ele não tarda a chegar: o Inverno está por aí, cada vez mais perto. Foi só olhar o sol nascer pela manhã pra perceber o cheiro do frio, aquele sentimento bom de inverno. Frio à vista, já comecei a fazer planos.
Tá certo, todo mundo vai olhar torto pra esse post, mas a verdade é que eu amo o frio e todas coisas boas que vêm com ele. O Verão é bom quando estamos na praia, e mesmo assim ... nem tanto. Calor insuportável, você suando sem parar, nada que você faça refresca, você toma litros e litros de líquidos estupidamente congelados mas ainda assim continua com sede. Arg! Definitivamente não é a minha estação favorita.
Já no Inverno:
tem reuniões agradabilíssimas com os amigos, jantares regados a muito bom vinho (os Malbec de Mendonza preferencialmente, ou Chilenos), Fondue e Lareira e mais vinho (tem coisa melhor?), Barreado em Morretes, cachecol (adoro!), cobertor de orelha pra um bom dvd, chocolate quente (hum!) e livro, e tantas outras coisas boas que parecem só ter graça no frio.
Sem contar que as pessoas parecem mais bem vestidas e elegantes. Qualquer um fica bonito com aqueles casacos enormes não é? E a gente não fica pingando suor em todo mundo.
Outra coisa que eu gosto muito é sentar no sol em um dia de frio, o sol parece diferente. É mais acolhedor. Não sei!
Vamos preparar os casacos que ele não demora a despontar.
Daí é só curtir o que a estação tem de melhor!
.:É isso:.
Cá pras bandas do Sul do Brasil, tava até de estranhar... nenhuma geada tinha dado o ar da graça, nenhuma frente fria vinda da Argentina (porque nossos hermanos são generosos em duas coisas conosco: frente fria e vinho de Mendonza). Mas hoje acordei com a sensação que ele não tarda a chegar: o Inverno está por aí, cada vez mais perto. Foi só olhar o sol nascer pela manhã pra perceber o cheiro do frio, aquele sentimento bom de inverno. Frio à vista, já comecei a fazer planos.
Tá certo, todo mundo vai olhar torto pra esse post, mas a verdade é que eu amo o frio e todas coisas boas que vêm com ele. O Verão é bom quando estamos na praia, e mesmo assim ... nem tanto. Calor insuportável, você suando sem parar, nada que você faça refresca, você toma litros e litros de líquidos estupidamente congelados mas ainda assim continua com sede. Arg! Definitivamente não é a minha estação favorita.
Já no Inverno:
tem reuniões agradabilíssimas com os amigos, jantares regados a muito bom vinho (os Malbec de Mendonza preferencialmente, ou Chilenos), Fondue e Lareira e mais vinho (tem coisa melhor?), Barreado em Morretes, cachecol (adoro!), cobertor de orelha pra um bom dvd, chocolate quente (hum!) e livro, e tantas outras coisas boas que parecem só ter graça no frio.
Sem contar que as pessoas parecem mais bem vestidas e elegantes. Qualquer um fica bonito com aqueles casacos enormes não é? E a gente não fica pingando suor em todo mundo.
Outra coisa que eu gosto muito é sentar no sol em um dia de frio, o sol parece diferente. É mais acolhedor. Não sei!
Vamos preparar os casacos que ele não demora a despontar.
Daí é só curtir o que a estação tem de melhor!
.:É isso:.
domingo, abril 15, 2007
..:: Domingo ::..
Domingo cinzento aqui na terra do "leite quente".
Fiquei pensando no que gostaria de fazer no dia de hoje. Eu gosto de domingos assim. A gente pode aproveitar pra ficar em casa, debaixo das cobertas vendo aquele filme ou documentário na tv a cabo. Ou ainda pegar aquele livro que está na cabeceira e adiamos o começo da leitura sabe? Hoje estou fazendo um pouco de tudo. Resolvi escrever um pouco e depois vou ler. No momento estou com três livros começados. Porque será que não consigo ler um de cada vez? Tenho sempre que acumular três ou quatro livros numa tacada... hehehe. Chamem de mania, esquisitice ou qualquer coisa. Sou assim, sempre fui meio esquisita mesmo!!! Fazer o que?Não é a essa altura que vou mudar né.
Pois bem... estou lendo, entre outras coisas: "Fábulas" de La Fontaine (só li as primeiras, não tenho muito o que comentar ainda, mas sei que gosto do sarcasmo como ele apresenta a vida e seus personagens); estou lendo também: "A lei do triunfo" de Napoleon Hill, livro mais complexo, tenho que ter mais tempo para digerí-lo, mas gosto do conteúdo.
E o que mais tem tomado meu momentos de prazer literário: "Cascos & Carícias & Outras Crônicas" de Hilda Hilst. O que é essa mulher escrevendo. Me divirto com seu modo agressivo e seu humor negro. Outro dia, eu no ônibus e pra passar o tempo um pouco de Hilda. Ela falando sobre o nu masculino das casas de strip para mulheres. De como a coisa fica velada, de nunca mostrar o "dito-cujo" como ela mesma fala. E de repente, solto eu uma gargalhada. Todo o pessoal do ônibus olha pra mim com aquela cara de "coitada, deve ser louca a pobrezinha!!". Enfiei a cara no livro e fui em frente. A Hilda consegue com suas crônicas dizer a verdade crua sem rodeios. Amo a maneira como escreve e suas loucas reflexões diante dos assuntos. Recomendo o livro, muito bom. Mas esteja preparado e tenha estômago. Ela não se esconde atrás das palavras.
Voltamos agora para o dia cinzento daqui da "Terra das Araucárias" vou me recolher ao meu mundo, aos meus livros e filmes. Quem sabe um blues para embalar a leitura... quem sabe o silêncio.
.:É isso:.
A seguir a crônica de Hilda citada no post:
Acho muito saudável o modismo de nus masculinos em certos clubes para mulheres. O triste é que não fiquem completamente nus. Porque, afinal, o que há com o "pantaleão", ou "ferramenta", ou "cana", ou "camanho", ou "ponteiro", o que há com ele que não pode ser visto? Nestes tempos pestilentos, eu, "minha gente", saio correndo de alguém me mostrar o dito-cujo. Com sessenta e dois anos de idade também duvido que alguém me mostre algum. Mas é sempre profícuo, para uma fantasia completa, projetar o cara inteirinho. A cabeça de cima, o nosso valioso pré-frontal, pode ser cortada para esse tipo de fantasia. Os acéfalos são até mais estimulantes. Os bossa-gorilões. Já pensaram que tedioso uma fantasia sexual com o Oppenheimer ou o Albert, por exemplo? Haja neurônios. Bem, então, sem a cabeça de cima, tudo bem. Mas todo o resto (!) é importante: dorso, omoplatas, cintura, ancas, nádegas, e aquilo tudo lá de cima que nesse instante também podemos chamar de "envernizado", ou "coluna do meio", na sua mais nova sinonímia decorrente da loteria esportiva (consultar o dicionário de Mário Souto Maior). Importantíssimo. Vejamos: você está ali deitada, projetando aquele cara apolíneo, e vai descendo o olhar, descendo, descendo e, de repente, o susto, aquela "bimbinha", aquela "gunga", aquela "bilola". Que maçada! Tem que começar tudo de novo. E talvez você tenha até que modificar o seu próprio conceito de eficiência, porque, quem sabe, se um nem tão espadaúdo, mais magrinho, menos coxudo, glabro, te faça uma boa surpresa. Por toda essa ginástica mental, às vezes muito cansativa, é que seria criterioso o nu masculino total nesses clubes de agora. O cara já vem pronto. É só ter boa memória. E se você saiu mentindo que precisava visitar tua amiga no hospital, e há um marido ou um antigo amante ressonando na tua cama, ele vai se deliciar com a tua inesperada iniciativa, e vai até perguntar:
O que foi? Você parece aquela outra de antes...
Ah, fico tão cheia de vida quando vejo gente doente....
Não diga... Por que?
Porque a vida acaba depressinha, e morto não transa, né bem?
Pois então vá. Todo dia, querida. Te fez bem.
E você irá a cada noite toc toc toc, olhar aquele cara todo nu, aquele que você escolheu de "pantaleão", ou "cana", ou "camandro", ou "ponteiro", enfim, de estrovenga perfeita, para o conforto, o excelente rendimento, o puro gozo da tua fantasia. Muito boa noite, senhoras.
Hilda Hilst (domingo, 12 de julho de 1992).
Fiquei pensando no que gostaria de fazer no dia de hoje. Eu gosto de domingos assim. A gente pode aproveitar pra ficar em casa, debaixo das cobertas vendo aquele filme ou documentário na tv a cabo. Ou ainda pegar aquele livro que está na cabeceira e adiamos o começo da leitura sabe? Hoje estou fazendo um pouco de tudo. Resolvi escrever um pouco e depois vou ler. No momento estou com três livros começados. Porque será que não consigo ler um de cada vez? Tenho sempre que acumular três ou quatro livros numa tacada... hehehe. Chamem de mania, esquisitice ou qualquer coisa. Sou assim, sempre fui meio esquisita mesmo!!! Fazer o que?Não é a essa altura que vou mudar né.
Pois bem... estou lendo, entre outras coisas: "Fábulas" de La Fontaine (só li as primeiras, não tenho muito o que comentar ainda, mas sei que gosto do sarcasmo como ele apresenta a vida e seus personagens); estou lendo também: "A lei do triunfo" de Napoleon Hill, livro mais complexo, tenho que ter mais tempo para digerí-lo, mas gosto do conteúdo.
E o que mais tem tomado meu momentos de prazer literário: "Cascos & Carícias & Outras Crônicas" de Hilda Hilst. O que é essa mulher escrevendo. Me divirto com seu modo agressivo e seu humor negro. Outro dia, eu no ônibus e pra passar o tempo um pouco de Hilda. Ela falando sobre o nu masculino das casas de strip para mulheres. De como a coisa fica velada, de nunca mostrar o "dito-cujo" como ela mesma fala. E de repente, solto eu uma gargalhada. Todo o pessoal do ônibus olha pra mim com aquela cara de "coitada, deve ser louca a pobrezinha!!". Enfiei a cara no livro e fui em frente. A Hilda consegue com suas crônicas dizer a verdade crua sem rodeios. Amo a maneira como escreve e suas loucas reflexões diante dos assuntos. Recomendo o livro, muito bom. Mas esteja preparado e tenha estômago. Ela não se esconde atrás das palavras.
Voltamos agora para o dia cinzento daqui da "Terra das Araucárias" vou me recolher ao meu mundo, aos meus livros e filmes. Quem sabe um blues para embalar a leitura... quem sabe o silêncio.
.:É isso:.
A seguir a crônica de Hilda citada no post:
" Por que não?"
Acho muito saudável o modismo de nus masculinos em certos clubes para mulheres. O triste é que não fiquem completamente nus. Porque, afinal, o que há com o "pantaleão", ou "ferramenta", ou "cana", ou "camanho", ou "ponteiro", o que há com ele que não pode ser visto? Nestes tempos pestilentos, eu, "minha gente", saio correndo de alguém me mostrar o dito-cujo. Com sessenta e dois anos de idade também duvido que alguém me mostre algum. Mas é sempre profícuo, para uma fantasia completa, projetar o cara inteirinho. A cabeça de cima, o nosso valioso pré-frontal, pode ser cortada para esse tipo de fantasia. Os acéfalos são até mais estimulantes. Os bossa-gorilões. Já pensaram que tedioso uma fantasia sexual com o Oppenheimer ou o Albert, por exemplo? Haja neurônios. Bem, então, sem a cabeça de cima, tudo bem. Mas todo o resto (!) é importante: dorso, omoplatas, cintura, ancas, nádegas, e aquilo tudo lá de cima que nesse instante também podemos chamar de "envernizado", ou "coluna do meio", na sua mais nova sinonímia decorrente da loteria esportiva (consultar o dicionário de Mário Souto Maior). Importantíssimo. Vejamos: você está ali deitada, projetando aquele cara apolíneo, e vai descendo o olhar, descendo, descendo e, de repente, o susto, aquela "bimbinha", aquela "gunga", aquela "bilola". Que maçada! Tem que começar tudo de novo. E talvez você tenha até que modificar o seu próprio conceito de eficiência, porque, quem sabe, se um nem tão espadaúdo, mais magrinho, menos coxudo, glabro, te faça uma boa surpresa. Por toda essa ginástica mental, às vezes muito cansativa, é que seria criterioso o nu masculino total nesses clubes de agora. O cara já vem pronto. É só ter boa memória. E se você saiu mentindo que precisava visitar tua amiga no hospital, e há um marido ou um antigo amante ressonando na tua cama, ele vai se deliciar com a tua inesperada iniciativa, e vai até perguntar:
O que foi? Você parece aquela outra de antes...
Ah, fico tão cheia de vida quando vejo gente doente....
Não diga... Por que?
Porque a vida acaba depressinha, e morto não transa, né bem?
Pois então vá. Todo dia, querida. Te fez bem.
E você irá a cada noite toc toc toc, olhar aquele cara todo nu, aquele que você escolheu de "pantaleão", ou "cana", ou "camandro", ou "ponteiro", enfim, de estrovenga perfeita, para o conforto, o excelente rendimento, o puro gozo da tua fantasia. Muito boa noite, senhoras.
Hilda Hilst (domingo, 12 de julho de 1992).
E este é o livro citado...
quinta-feira, abril 12, 2007
..:: Rascunho ::..
Quantas vezes reescrito,
Rabiscado, deletado.
Achar as palavras e mantê-las.
Não consigo.
Sempre reescrevendo, "reeditando",
Reinventando.
Sempre retocando as palavras,
como um pintor com seu pincel.
Retoques suaves, mudanças sutis.
A obra nunca acabada.
Sempre reescrita.
Auto-crítica.
Cruel inimiga das palavras ditas.
Sempre à procura de melhorias.
Afinal, você se resigna.
Aceita sua condição de eterno aprendiz.
.:é isso:.
Rabiscado, deletado.
Achar as palavras e mantê-las.
Não consigo.
Sempre reescrevendo, "reeditando",
Reinventando.
Sempre retocando as palavras,
como um pintor com seu pincel.
Retoques suaves, mudanças sutis.
A obra nunca acabada.
Sempre reescrita.
Auto-crítica.
Cruel inimiga das palavras ditas.
Sempre à procura de melhorias.
Afinal, você se resigna.
Aceita sua condição de eterno aprendiz.
.:é isso:.
quarta-feira, abril 11, 2007
..:: Os Sentidos ::..
Me perdi nos sentidos, em palavras.
Me perdi nos sentidos das palavras.
Em palavras sem sentido.
Em sentidos que não tem palavras.
Em sentir os significados.
Sinônimos. São tantos os recados.
Intensos, cuidado!
São tantos e tão fortes, sagrados.
Me perdi enquanto os procurava.
Perdi os sentidos. Achei as palavras.
Desvendei o mistério.
Mas perdi ... os sentidos.
Estou à deriva em pensamentos.
.:é isso:.
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